Vivemos em uma sociedade que é totalmente descomprometida em valorizar as relações humanas, o homem tornou-se objeto nas mãos de ideais que ele mesmo foi promotor, ou seja, vivemos em um mundo totalmente do “absurdo”, e movido por todos esses ideais se faz necessário um encontro íntimo com o Senhor, buscar a “ternura divina” que o homem foi obrigado a esquecer.
Jesus em uma das passagens do evangelho encontra-se com a “prostituta” e essa depois deixa toda a vida de erros, contradições, para viver num novo paradigma e reconhecendo-se frágil obteve um reconhecimento de afeto do próprio Deus, ou seja, nós também hoje somos convidados a esse reconhecimento, a buscar esse afeto com o próprio Deus para obtermos a graça e o perdão para nossas vidas.
A confissão é esse reconhecer-se frágil, de forma humilde para podermos experimentar a alegria pacificadora do perdão de Deus, ou seja, é se colocar a caminho ao encontro pessoal, assim como os discípulos de Emaús encontraram-se com o Senhor.
Portanto, dentro deste tempo em que vivemos devemos tomar o cuidado para não “corrermos o risco de pouco a pouco diminuir o ritimo espiritual até enfraquecer cada vez mais e talvez, até mesmo desaparecer”.
O pecado é a “transgressão da lei de Deus”, ou seja, é um romper com a harmonia que existe entre Deus e o homem, “o homem peca porque deixa de resistir às tentações do diabo”.
Porém, é com Jesus Cristo, que habitou entre nós e nos livrou da servidão do pecado (Jo 8, 34-36), que deu a harmonia aos homens.
“O pecador que pela graça de Deus misericordioso trilha o caminho da penitência regressa ao Pai” “que nos amou por primeiro” (1 Jo 4, 19), “para com as suas iniqüidades usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”(Hb 8, 12).
Sendo assim, para reconstruir essa harmonia com Deus é preciso assumir o compromisso com a vida, é ter o triunfo de amor e pelo amor de buscar a dignidade da pessoa humana, corrompida pela sociedade, à misericórdia de Deus.
“Escolhe, pois a vida” (Dt 30, 19) requer um compromisso feito com base na misericórdia com Deus e de Deus.
É preciso remar contra essa maré embuída de morte, na qual todas as relações humanas são descartadas e a intimidade com Deus é ultrapassada e não é mais valorizada, portanto, é preciso viver todos os dias como se fosse o tempo quaresmal, é reconhecendo-se frágil para obtermos o sentido da santidade que deus nos chama a testemunhar no mundo aqui e agora.
Reverendo Sérgio Henrique de Souza
É Diácono em reconhecimento de ordem da Diocese do Recife, auxiliar do Ponto Missíonario Cristo Rei, em Santo André, Professor de Filosofia da rede estadual de São Paulo e de escolas particulares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário